Depois de termos identificado as três primeiras de cinco ações para melhorar a competitividade do turismo – Qualificação dos RH e diferenciação da oferta; Qualidade do serviço/produto e Reforço da comunicação e Promoção – este artigo centra-se na Captação de novas rotas/acessibilidades.
Recorde-se que as principais ações para melhorar a competitividade do turismo em Portugal, aqui elencadas, resultam da opinião do painel de especialistas do Barómetro do Turismo. Estas ações podem ser analisadas em detalhe na edição especial do Barómetro que integra o anuário Turismo’17.
Captação de novas rotas/acessibilidades
Com 16 por cento de respostas, a captação de novas rotas/acessibilidades é apontada como uma das áreas de intervenção ao nível da oferta turística em Portugal.
A oferta turística e o transporte aéreo são duas faces da mesma moeda. Em termos globais, o desenvolvimento do turismo está intimamente associado ao do transporte aéreo, sendo este um dos principais setores de atividade na economia mundial e um dos maiores geradores de riqueza e emprego internacionalmente.
Segundo Butler (1980), há 5 aspetos em que a inovação dos transportes teve impacto no turismo:
- Redução do tempo (de viagem);
- Redução do custo (financeiro);
- Aumento do conforto e segurança dos passageiros;
- Aumento da conveniência (aumento da conectividade dos destinos);
- Melhoria da acessibilidade aos destinos.
Em Portugal temos vários exemplos de destinos bem sucedidos, em parte, graças à aposta e ao investimento feito no transporte aéreo, quer pela captação de novas rotas, quer pela abertura do espaço aéreo.
A crescente dinâmica turística do Porto e Norte de Portugal, por exemplo, encontra explicação numa série de variáveis. No entanto, a questão do aeroporto tem, naturalmente, a sua quota de responsabilidade no desenvolvimento turístico e económico da região. A realidade é uma: há cada vez mais turistas a rumar ao Porto e ao Norte de Portugal de avião. A tendência mantém-se há alguns anos e não há sinais de abrandamento.
O caso dos Açores é também um bom exemplo. Desde a liberalização do espaço aéreo e abertura da região a novas rotas, designadamente de companhias aéreas de baixo custo, assistiu-se a um crescimento excecional do turismo no destino, não só pelo aumento de fluxo de turistas, como das receitas geradas pelo setor.
Por fim, e tendo em conta a necessidade de captar novas rotas e novos mercados, o turismo de Portugal inaugurou recentemente uma ligação direta entre Lisboa e Hangzhou, na China. Sendo a China o principal mercado emissor de turistas a nível mundial, a ligação vem reforçar a competitividade aérea do destino e a notoriedade de Portugal no país asiático.
Num próximo artigo, vamos centrar-nos noutro dos vetores para melhorar a competitividade – a Segurança, limpeza e recuperação urbana. Fique atento!