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A posição dominante do Google pode estar ameaçada pela inovação tecnológica e pelo aparecimento de gigantes como a Amazon, que têm vindo a investir em publicidade digital. A Amazon deve fechar o ano em terceiro lugar no que concerne a investimentos nesta área nos EUA e, no futuro, pode ameaçar o monopólio do Google Ads e Facebook Ads.

OPERADORES TURÍSTICOS ONLINE OBRIGADOS A INOVAR

O Google permanece como o principal interveniente no mercado turístico, com presença determinante em cada etapa do itinerário do turista, embora represente um maior custo para a indústria do turismo online, tanto no campo da distribuição como no das operações.

No entanto, com a transformação digital por parte de grandes cadeias e entidades independentes para atrair mais venda direta, há mudanças a ocorrer no panorama da distribuição.

Para as grandes cadeias hoteleiras o mecanismo do Google Hotel Ads tem funcionado como um aliado de pesquisa, oferecendo mais visibilidade e possibilidade de reserva dependendo do número de transações. Se a isto ainda adicionarmos o trabalho desenvolvido pela Rede da Concorrência Europeia percebemos que os operadores turísticos online devem repensar o seu modelo de negócio, procurando nichos de mercado mais rentáveis. Daí também a concentração dos seus investimentos em inovação, nomeadamente na automatização de processos anteriormente realizados de forma manual.

Simultaneamente, registam-se mudanças nos hábitos de pesquisa do consumidor que, cada vez mais, inicia a sua pesquisa no Google Maps. Os resultados sugeridos baseiam-se agora mais nos cookies e na informação recolhida por visitas anteriores a outros websites, do que nas palavras-chave introduzidas.

 

E SE A AMAZON ENTRASSE EM CAMPO?

O Google não é o único gigante tecnológico interessado no turismo. Também o Facebook desenvolveu ferramentas específicas para o setor, com anúncios dinâmicos e o Instagram já revelou ser uma plataforma de investimento efetivo para as marcas turísticas.

No entanto, a entrada em campo da Amazon traria para o jogo 100 milhões de clientes prime inscritos no último ano, um público especial para produtos e serviços turísticos. O foco da Amazon, que está no serviço, preço e facilidades de pagamento, – o que melhora a experiência do utilizador e aumenta a taxa de conversão – enquadra-se perfeitamente nas transações do setor do turismo.

 

DEPENDÊNCIA DO GOOGLE

Apesar de todas as tentativas por parte das empresas turísticas para reduzir a dependência do Google, com maior ou menor grau de sucesso, a verdade é que não têm, para já, grande alternativa para deixar de trabalhar com o motor de busca, uma vez que este é a sua principal fonte de tráfego orgânico.

A chave está na especialização e num modelo de negócio sempre em constante evolução. O Google é um bom exemplo porque, embora possa representar uma ameaça no campo da distribuição, também cria novas oportunidades. Prova disso é o recente acordo feito com a Expedia que permite aos seus clientes fazerem reservas turísticas, nomeadamente o aluguer de veículos, através da inteligência artificial do Google Assistant.

Não é em vão que se afirma que a batalha vai ser ganha no processo de inovação tecnológica.

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