Artigo atualizado a 28 de setembro 2023
O turismo é um fenómeno multidisciplinar com capacidade para impactar, de forma positiva ou negativa, as mais diversas áreas, seja a nível social, ambiental ou económico. A relevância do setor é percebida, a nível global, e tem vindo a consolidar-se ao longo do tempo, contribuindo para a geração de emprego e, consequentemente, para o desenvolvimento de comunidades e territórios.
O turismo tem vindo a desenvolver-se de forma contínua e, apesar da situação pandémica vivida, o setor contribuiu, em 2022, em 7,6% para o PIB mundial, um crescimento de 22% face a 2021. Mas não é só a nível mundial que o turismo se revela importante. Em Portugal representava, em 2022, cerca de 8,9% do VAB nacional.
Considerando a importância do setor, é necessário realçar que a atividade turística é feita de pessoas para pessoas, logo é fulcral que existam recursos humanos disponíveis nas diferentes áreas de atuação, de forma a responder à crescente procura. Segundo a WTTC, em 2022, verificou-se um crescimento de 22 milhões de empregos no turismo (+7,9% face a 2021).
À semelhança dos últimos anos, como já é habitual, o IPDT apresenta a análise do emprego no setor com a atualização dos dados de 2022.
O setor do turismo emprega indiretamente 950 mil pessoas em Portugal.
De acordo com a WTTC, em 2022, o turismo empregava indiretamente 950 mil pessoas em Portugal, um crescimento de 5,6% face a 2021. O emprego indireto representa cerca de 19,4% da totalidade da população empregada a nível nacional. Apesar do aumento registado em 2022, o número de pessoas indiretamente empregadas no turismo ainda era inferior ao verificado em 2019 (1,01 milhões).
Relativamente à população diretamente empregada no setor do turismo (alojamento, restauração e similares) verificou-se, em 2022, um crescimento de 17% em comparação com o ano de 2021. No ano de 2022, cerca de 287 mil pessoas estavam empregadas no setor turístico, representando cerca de 5,8% da totalidade da população empregada em Portugal.
As mulheres representam 56% da população empregada no turismo.
À semelhança dos anos anteriores, a maioria da população empregada no setor turístico continua a ser representada por mulheres, numa proporção que se tem situado acima dos 50% ao longo dos anos.
Em 2022, 56% da população empregada no turismo eram mulheres, um crescimento de 2 pontos percentuais face a 2021.
14% dos trabalhadores do turismo possuem curso superior.
A qualidade do serviço está diretamente relacionada com a qualificação dos recursos humanos, por isso, é expectável que a qualidade aumente se os trabalhadores tiverem um nível de escolaridade superior. Em 2022, 35% da totalidade da população empregada em Portugal tinha como habilitação literária o ensino superior.
Analisando o setor do alojamento, restauração e similares, verifica-se que a percentagem se situa nos 14%. Assim, em 2022, 49% dos trabalhadores no turismo têm como habilitação o 3º ciclo, e 37% o ensino secundário.
As horas trabalhadas crescem 2,9%.
No ano de 2021, as horas trabalhadas registaram um crescimento de 5% em relação a 2020. Com o crescimento da economia nacional em 2022, registou-se nesse ano um aumento de 2,9% das horas trabalhadas face a 2021.
A remuneração bruta mensal aumentou 4,5%.
Em 2021, a remuneração bruta mensal por trabalhador nas atividades de alojamento era de 1115€, o que representava um aumento de 78€ face a 2020. No ano de 2022, este valor continuou a evoluir positivamente, atingindo os 1165€, um crescimento de 50€ em comparação com o ano transato.
Ainda que, em 2022, o emprego registasse um crescimento face a 2021, o número de trabalhadores no setor do turismo continua inferior ao de 2019 (-11%), o que representa uma redução de cerca de 34 mil empregos.
Na 68ª Edição do Barómetro do Turismo do IPDT (dezembro de 2022), 25% dos especialistas do setor auscultados apontavam como desafio para o ano de 2023 a escassez, retenção e qualificação de recursos humanos. Apesar da preocupação com a falta de trabalhadores, 43% dos inquiridos consideravam que a população empregada iria aumentar em 2023.
Os dados publicados pelo Travel BI, relativamente ao 1º trimestre do ano de 2023, corroboram a previsão dos especialistas auscultados. Entre os meses de janeiro e março de 2023, cerca de 322,6 mil pessoas estavam empregadas em atividades relativas ao alojamento, restauração e similares, o que representa um crescimento de 21% em relação ao período homólogo de 2022, e um aumento de 0,5% no número de trabalhadores face ao ano de 2019.
Considera-se que o ano de 2022 foi de crescimento e de recuperação da situação vivida nos últimos 2 anos, e o mercado de trabalho do turismo registou uma evolução positiva relativamente ao ano transato. Ainda que, os números verificados revelem uma escassez da mão de obra, os primeiros valores registados em 2023, são otimistas.
LEIA O QUE ESCREVEMOS EM 2022
O turismo é visto, a nível mundial, como um setor de enorme importância, pela sua capacidade de desenvolver sociedades e territórios, criando impactos aos mais variados níveis – social, ambiental, económico e cultural. Este é um setor economicamente muito relevante, segundo dados do WTTC (World Travel & Tourism Council), em 2019, o turismo contribuía em cerca de 10% para o PIB mundial.
Em 2020, caraterizado como o pior ano turístico desde que há memória, o peso do turismo no PIB mundial teve um decréscimo de cerca de 50% (-4,8 mil milhões de dólares) face ao ano 2019. Já no ano 2021, o setor do turismo começou a apresentar uma rápida recuperação. Esta afirmação pode confirmar-se com um aumento da contribuição da atividade turística no PIB mundial em cerca de 21% (+1,03 mil milhões de dólares) em comparação com o ano 2020.
A recuperação iniciada no ano de 2021 reflete a resiliência do turismo relativamente aos desafios e constrangimentos que surgem, neste caso causados pela situação pandémica da COVID-19. Em Portugal, no ano de 2021 verificou-se um crescimento de 36,9% e 40,7% no número de hóspedes e dormidas, respetivamente, em relação a 2020. Apesar dos sinais de recuperação em 2021, a atividade turística encontrava-se aquém dos níveis de 2019.
Contudo, no ano de 2022 verificou-se uma nova realidade. Nos primeiros 8 meses do ano (janeiro-agosto) o número de dormidas está, apenas, 3% inferior ao de 2019. Mas é relevante destacar que os meses de abril, julho e agosto foram os melhores do turismo nacional, sinal da recuperação e do “regresso” do turismo.
De acordo, com os principais especialistas do setor, que foram auscultados na 67ª Edição do Barómetro do Turismo do IPDT, o ano de 2022 poderá mesmo vir a ser o melhor ano turístico de sempre.
Tendo em consideração a recuperação do setor do turismo, é importante analisar um dos elementos mais relevantes da oferta turística: os profissionais. Sabe-se que a pandemia teve um impacto no emprego, principalmente em 2020, mas será que este está a recuperar? Será que o turismo está a conseguir recuperar os profissionais que “perdeu” ao longo da pandemia?
Assim, o IPDT, à semelhança de anos anteriores, apresenta a análise do emprego no setor do turismo, com os dados atualizados de 2021.
O turismo emprega indiretamente 900 mil pessoas em Portugal
No ano de 2021, o turismo empregava indiretamente cerca de 900 mil pessoas (quase 19% do emprego total a nível nacional), um crescimento de cerca de 5,9% face ao ano 2020. Apesar deste aumento, o valor era inferior ao período pré-pandémico, quando o setor do turismo indiretamente empregava aproximadamente 1,01 milhões de pessoas em Portugal.
Apesar do número de pessoas empregadas indiretamente no turismo ter aumentado, a população empregada diretamente no setor diminuiu quando comparada a 2020. No 4º trimestre de 2021 o setor do alojamento, restauração e similares empregava diretamente 260 mil pessoas, menos 22 mil empregos face ao período homólogo de 2020 (282 mil empregos).
Horas trabalhadas no turismo crescem
No ano de 2020, as horas trabalhadas no setor do turismo tiveram um decréscimo de 9,3%, devido à drástica diminuição da atividade turística, com uma quebra de cerca de 63% no número de dormidas face a 2019. Segundo os empresários do turismo (auscultados na 63ª Edição do Barómetro do Turismo) caso não tivessem existido sistemas de apoio e incentivos (como o lay-off) este decréscimo poderia ter sido mais acentuado.
Contudo, as horas trabalhadas traduzem o comportamento da atividade económica, e a recuperação do setor do turismo em 2021 refletiu-se neste indicador, verificando-se um crescimento de 5% das horas trabalhadas comparativamente ao ano transato.
54% da população empregada no turismo são mulheres
As mulheres representam a maioria da população empregada no turismo e esta tendência tem-se mantido ao longo dos anos acima dos 55%.
Em 2021 verificou-se um decréscimo de 4 pontos percentuais no número de mulheres empregadas relativamente aos anos de 2020 e 2019, onde este grupo representava 58% da população empregada no setor do turismo.
Apenas 13% dos trabalhadores do turismo possuem um curso superior
Em Portugal, 34% da totalidade da população empregada tem como habilitação literária, o ensino superior. Mas quando abordamos o setor de alojamento, restauração e similares, esta percentagem diminui para 13%.
Em 2021, 54% dos trabalhadores no setor do turismo em Portugal têm como habilitações literárias, o 3º ciclo e 33%, o ensino secundário.
A remuneração bruta mensal por trabalhador cresceu 7,5%
Em 2021, a remuneração bruta mensal por trabalhador ao serviço no total da economia aumentou cerca de 3,5% (1362€) face ao ano de 2020 (1315€).
Relativamente às atividades de alojamento este crescimento foi de 7,5%, sendo que no ano de 2020 a remuneração bruta mensal era de 1037€, e em 2021 de 1115€, um aumento de 78€.
A 67ª Edição do Barómetro do Turismo do IPDT (setembro de 2022), abordou a escassez de mão de obra em Portugal e como este é um dos grandes constrangimentos apresentados pelos empresários do setor do turismo. Estes apresentam 4 medidas para colmatar a falta de recursos humanos:
- Melhorar as condições de trabalho, através de salários mais atrativos e melhores horários;
- Desenvolver uma estratégia de captação de recursos humanos externos;
- Apostar e reforçar a formação e qualificação profissional adequados ao interesse da profissão;
- Reconhecimento dos colaboradores e políticas de retenção de talentos.
Conclui-se assim, que o setor do turismo está a enfrentar um período de escassez de mão de obra, sendo transversal às diversas atividades e vertentes turísticas. Os especialistas do setor encontram-se otimistas quanto à recuperação da atividade turística no ano de 2022, esperando um crescimento do número de pessoas empregadas no turismo.
FONTE
TravelBI – Turismo de Portugal; World Travel & Tourism Council; 67ª Edição do Barómetro do Turismo; INE – Estatísticas do Turismo 2021
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É certo que o setor do turismo é considerado uma atividade economicamente importante para a criação de riqueza e geração de emprego, sendo um dos setores a nível mundial que afeta direta ou indiretamente uma grande parte da sociedade.
Segundo os dados da Organização Mundial do Turismo, em 2020, o turismo mundial sofreu uma quebra acentuada das chegadas internacionais de 74%, assinalando assim o pior ano desde que há memória. De acordo com a mesma fonte, em 2020, e comparando com o ano de 2019, os destinos mundiais receberam menos mil milhões de chegadas internacionais. Este decréscimo deveu-se às restrições e limitações de viagens causadas pela COVID-19.
Portugal não foi exceção, registando uma forte quebra na procura pelo nosso país. Em 2020 totalizamos 26 milhões de dormidas, menos 63% face a 2019. Em termos de procura internacional, Portugal registou 12,3 milhões de dormidas estrangeiras, menos 75% face ao ano transato. Já o mercado nacional representou 13,6 milhões de dormidas (-35,4%).
Esta quebra teve um impacto significativo ao nível do emprego. O IPDT, à semelhança de anos anteriores, apresenta uma análise a estes números.
Em 2020 o turismo empregava 834 mil pessoas de forma indireta
Se considerarmos os impactos indiretos, em 2020, o turismo empregava 834 mil pessoas, o equivalente a cerca de 18% do emprego total a nível nacional. De forma direta o turismo contribui para cerca de 6% do emprego total no nosso país.
No 4º trimestre de 2020 o turismo empregava 282 mil pessoas de forma direta no setor do alojamento, restauração e similares, menos 40 mil do que no primeiro trimestre de 2020 (323 mil empregos).
O número de pessoas empregadas, de forma direta, registadas no 4º trimestre de 2020 era equivalente ao número registado no segundo trimestre de 2016 (283 mil empregos).
57% dos trabalhadores do turismo são mulheres
As mulheres têm uma representação maior quanto ao emprego no turismo e a preponderância tem vindo a manter-se na ordem dos 60%.
Dos 40 mil empregos perdidos em 2020, cerca de 30 mil afetaram mulheres, contudo, o turismo é, ainda assim, um dos principais setores de emprego para o sexo feminino: no 4º trimestre de 2020 cerca de 7% dos empregos das mulheres era no setor do alojamento, restauração e similares.
Remuneração bruta mensal por trabalhador nas atividades de alojamento diminuiu
Em 2020, cada trabalhador nas atividades de alojamento tinha uma remuneração bruta mensal de 1037€: menos 23€ que o valor registado em 2019 (1060€).
Se consideramos a média nacional do total da economia (1.315€), o trabalhador das atividades de alojamento, em 2020, recebia menos 278€.
Layoff simplificado considerado uma das importantes linhas de apoio
De acordo com a 63ª edição do Barómetro do Turismo® do IPDT – Turismo e Consultoria, o layoff simplificado foi considerado o apoio mais importante para as empresas portuguesas, que permitiram manter os recursos humanos qualificados durante os períodos de faturação zero ou muito reduzida.
Neste campo, também as linhas de apoio concedidas pelo Governo no início do estado de pandemia, o programa apoiar, as medidas de alívio fiscal e contributivo e as moratórias bancárias foram essenciais para que o emprego fosse – na medida do possível – menos afetado.
FONTE
Organização Mundial do Turismo (OMT), Turismo de Portugal, INE, Word Travel & Tourism Council (WTTC)
LEIA O QUE ESCREVEMOS EM 2020
O emprego e a melhoria da qualidade de vida das pessoas são dois pilares que alicerçam a sustentabilidade do turismo. Nos últimos anos, Portugal tem vindo a posicionar-se como um dos melhores destinos turísticos do mundo (saiba porquê neste artigo) e, como resultado de um trabalho contínuo e colaborativo, o emprego no setor aumentou significativamente.
Os dados de 2019 mostravam que o turismo era responsável – direta e indiretamente – por 2 em cada 10 empregos em Portugal. Além disso, 1 em cada 5 euros gerados provinham desta atividade, o que evidencia a importância do setor na dinamização da economia nacional (fonte: World Travel & Tourism Council).
Apesar de a COVID-19 estar a afetar os números do emprego em turismo, é importante analisar a evolução que vinha a acontecer até 2019 para compreender as principais tendências neste domínio e determinar a sua importância para a sustentabilidade económica e social em Portugal.
Em 2019 o turismo empregava 320 mil pessoas
Em 2019, o turismo – sobretudo nas atividades ligadas ao Alojamento e à Restauração – empregou diretamente 320 mil indivíduos, uma redução de aproximadamente 8 mil empregos face a 2018.
O ano de 2017 bateu recordes ao nível da criação de novos empregos, com um aumento de 16% face a 2016, representando o maior crescimento registado desde 2013.
6 em cada 10 trabalhadores do turismo são mulheres
O turismo tem um papel ativo no contributo para a igualdade do género, sendo uma ferramenta importante para o empoderamento das mulheres. Os indicadores mostram que 58% dos trabalhadores do turismo são do género feminino, mais 9% do que a média nacional no total da economia (49%).
Recursos Humanos mais qualificados
A aposta na maior qualificação dos recursos humanos é uma das principais metas da Estratégia do Turismo 2027. E os dados não enganam: em 2019, 13% das pessoas empregadas em turismo tinham formação ao nível do Ensino Superior. Este foi um aumento considerável por comparação a anos anteriores: em 2013, o valor situava-se nos 7,1% e em 2016 estava nos 9,8%.
Verificou-se ainda uma redução no número pessoas empregadas com formação ao nível do ensino básico. Em 2019, o valor baixou para os 53%, sendo que 2013 situava-se nos 68%. (em 2016 estava nos 62% e em 2018 estava nos 56%).
2 em cada 10 trabalham por conta própria
O turismo é um dos setores onde a criação de emprego por conta própria tem maior representatividade. Em 2019, 22% das pessoas empregadas em turismo trabalhavam por conta própria. A média nacional no total da economia aproximava-se dos 17%, o que permite concluir que este é um dos setores mais empreendedores da economia nacional.
Impulsionador do emprego jovem
Em 2019, 15% das pessoas empregadas em turismo tinha menos de 24 anos, um aumento de 2 pontos percentuais face a 2018. A média nacional no total da economia situava-se nos 6%.
O setor destaca-se pelas oportunidades de emprego que cria para os mais jovens e sobretudo no que respeita ao primeiro emprego. A faixa etária entre 25 e os 34 anos (23%) representava uma parcela bastante superior à média do total da economia (19%), sublinhando a importância do turismo no emprego jovem.
Remuneração registou crescimento, mas longe da média do total da economia
Até 2019, em média, um colaborador do turismo recebia um rendimento bruto mensal de 1.060 euros. Este valor representa um aumento de 9,2% face a 2014, de 5,7% face a 2017 e de 2,8% face a 2018. Apesar do crescimento, o rendimento bruto mensal de um trabalhador do turismo encontra-se 217 euros abaixo do valor registado no total da Economia – 1.277€.
FONTE
Para o desenvolvimento desta análise foram utilizados os dados relativos ao emprego em turismo disponíveis pelo INE – Estatísticas do Turismo 2019 – e pelo Turismo de Portugal – TravelBI.
LEIA O QUE ESCREVEMOS EM 2019
O turismo é um importante setor para a criação de riqueza e geração de emprego em Portugal. Em 2018, o setor representava 8,2% do PIB nacional e era responsável por 329 mil empregos, segundo dados do Turismo de Portugal.
O turismo tem registado um crescimento contínuo e constitui-se como um eixo estratégico para o desenvolvimento sustentado por todo mundo. O dia Mundial do Turismo comemorou-se a 27 de setembro, este ano sob o tema “Tourism and jobs: a better future for all”. O tema tem como objetivo analisar a capacidade do setor na criação de mais e melhor emprego e, assim, contribuir para a construção de um futuro melhor para milhões de pessoas em todo o mundo.
Mas, para que o crescimento económico seja uma realidade, é fundamental que o setor tenha disponível recursos humanos em diferentes áreas. Neste artigo, o IPDT apresenta uma breve caraterização das pessoas que trabalham no turismo em Portugal, através dos dados do INE – Instituto Nacional de Estatística e do Turismo de Portugal.
DADOS GERAIS DO EMPREGO EM TURISMO
Ainda que nos anos de 2014 e 2015 se tenha verificado uma descida do emprego no turismo, em termos absolutos, de 4% e 6%, respetivamente, nos anos 2016 e 2017 o emprego voltou a subir: 8% em 2016 e 11% em 2017. Importa referir que dos 329 mil empregos no turismo em 2018, mais de 247 mil são na área de restauração e bebidas e 81 mil na área do alojamento turístico. (Fonte: AHRESP).
EMPREGO NO TURISMO POR SEXO
As mulheres têm uma representação superior quanto ao emprego no turismo e a preponderância tem vindo a crescer: são mais de 21 mil desde 2013 e representam, em 2018, 58,1% do total de colaboradores. Ainda que nos anos de 2014 e 2015 se tenha registado, em termos absolutos, uma queda de 6% e 5%, respetivamente, nos anos de 2016 e 2017 os valores voltaram a subir (+7% e +8%).
EMPREGO NO TURISMO POR ESCOLARIDADE
Em 2018 mais de 143 mil trabalhadores do turismo tinham habilitações secundário/pós secundário e superior, um aumento de mais 51 mil em relação ao ano de 2013. Em 2018, a quota deste nível de escolaridade era de 43,7%. Estes dados demonstram que entre 2013 e 2018 os recursos humanos em turismo reforçaram significativamente as suas qualificações.
A valorização das profissões do turismo e a formação de recursos humanos – aumento das qualificações no Turismo – é uma das áreas de aposta da Estratégia 2027. Tendo por base a edição especial do Barómetro do Turismo para o anuário Turismo em 2019 – um projeto do IPDT – o painel apontou também a escassez/redução de qualidade dos recursos humanos e do serviço/produto prestado, como um dos fatores que terá um impacto mais negativo no desenvolvimento do turismo português durante o ano de 2019.