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A presença do ser humano no planeta Terra torna-se mais humilde, quando confrontada com a existência de um mosaico alargado de outras formas de vida. A possibilidade de contemplar, com relativa proximidade, um animal selvagem no seu habitat natural despertará, com certeza, fascínio e admiração pela sua majestosa dimensão, liberdade de atuação e simplicidade.

Algo que comprova esta afirmação é o número crescente de turistas interessados em realizar excursões para observar cetáceos, animais marinhos classificados como mamíferos (baleias, orcas, golfinhos, entre outros). De acordo com a Animal Welfare Institute, mais de 13 milhões de pessoas, em mais de 100 países, praticam observação de cetáceos todos os anos.

Várias comunidades costeiras, em todo o mundo, estão a direcionar o seu foco de atuação para este tipo de atividades, devido aos seus benefícios económicos e comunitários que se fazem sentir através da geração de emprego e de um sentimento de pertença e responsabilidade face à biodiversidade local.

De facto, os benefícios da observação de cetáceos apresentam-se como substanciais e bastante variados, desde o financiamento de novas formas e meios de conservação dos ecossistemas, à promoção da educação marinha entre os visitantes e à possibilidade de contribuição em estudos científicos.

Contudo, esta é uma atividade que se encontra, diretamente, dependente da “manifestação” dos animais, devendo seguir-se um código de responsabilidade que minimize, ao máximo, os impactos negativos provocados por potenciais ruídos e colisões subaquáticas. A promoção de uma observação responsável é, neste contexto, crucial para garantir o bem-estar do animal, impedindo que este se sinta, de alguma forma, ameaçado ou perseguido e, consequentemente, altere os seus hábitos de repouso, socialização e alimentação.

Açores, um excelente caso de estudo

Eleito o melhor destino europeu para observar cetáceos, o Arquipélago dos Açores funciona como um ponto de passagem para alguns dos animais marinhos que estão a realizar travessias transoceânicas.

Não é por acaso que o destino é conhecido como um santuário para estes animais selvagens. De um total de 81 espécies de baleias e golfinhos existentes em todo o mundo, nos Açores é possível encontrar mais de 20 espécies. O facto de o Arquipélago estar cercado por águas oceânicas profundas, ricas em nutrientes, propicia o surgimento de múltiplos focos de alimentação que atraem os gigantes dos oceanos.

TOP 10 DAS ESPÉCIES DE CETÁCEOS MAIS AVISTADAS

Fonte: Futurismo Azores Adventures

A cultura do mar e dos oceanos encontra-se enraizada por todo o território açoriano, tendo percorrido um longo caminho de superação até aos dias de hoje, desde o legado da baleação, que testemunha a bravura e resiliência de um povo insular, à conquista do respeito e harmonia entre o homem e o meio ambiente.

Atualmente, no Arquipélago, é possível encontrar um leque diversificado de empresas que colaboram com vigias e biólogos marinhos para oferecer aos consumidores a melhor, e mais enriquecedora, experiência possível, sem interferir com o bem-estar dos animais. Em alguns destes locais, inclusive, foi assumido um Código de Conduta que garante o cumprimento e adoção de práticas que vão ao encontro de uma observação responsável, contexto que diferencia e distingue internacionalmente o destino.

Através da World Cetacean Alliance (WCA), uma associação global que conecta parceiros para beneficiar e proteger os cetáceos existentes no mundo, os Açores são, hoje, certificados como Whale Heritage Site – Sítio Património das Baleias, resultado de um longo trabalho de educação, conservação e proteção dos seus ecossistemas marinhos.

Se há lição que esta experiência turística oferece é a de que o homem estará mais motivado para proteger e respeitar os habitats, quando compreender que a sua presença no planeta é tão importante como relativa.

Para além dos Açores, há outros lugares no mundo onde pode observar cetáceos. Segundo um artigo do jornal britânico “The Times”, estes são os 11 melhores lugares do mundo para a prática desta atividade:

  • Ilhas Shetland, Escócia
  • Açores, Portugal
  • Husavik, Islândia
  • Kaikoura, Ilha Sul, Nova Zelândia
  • Cape Cod, Massachusetts, Estados Unidos
  • Baixa Califórnia, México
  • Cabo Ocidental, África do Sul
  • Ilulissat, Gronelândia
  • Tromso, Noruega
  • Ilha de Vancouver, Canadá
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