Lisboa e Ilhas Faroé são dois exemplos recentes de boas práticas no que toca a lidar com problemas de fluxos de turistas. Mais do que condenar o crescimento do setor, importa encontrar soluções criativas para lidar com os desafios que se colocam. Neste artigo damos-lhe 3 exemplos.
1. Ilhas Faroé fechadas para manutenção
Localizadas no Atlântico Norte, as Ilhas Faroé decidiram “fechar para manutenção” entre os dias 26 a 28 de abril. Nesse fim-de-semana turistas não entram, só se aceitam voluntários para ajudar. Os trabalhos de manutenção implicam criar percursos pedestres, construir plataformas de miradouros que ajudem a preservar a natureza ou instalação de sinalética, entre outros. Os 100 voluntários vão ter direito a dormida e refeições durante as três noites, em troca da ajuda que vão dar ao destino.
As Ilhas Faroé têm 50 mil habitantes e recebem atualmente cerca de 100 mil visitantes por ano. Embora as ilhas não sofram de problemas de overtourism, são territórios com ambiente e ecossistemas delicados, que conduzem a situações de tensão face ao crescente fluxo de visitantes – cerca de mais 10% todos os anos.
2. Lisboa vai monitorizar impacto do turismo
A Câmara de Lisboa aprovou uma proposta para que a autarquia faça um diagnóstico do impacto do turismo na capital, que depois possa ser integrado na revisão do Plano Diretor Municipal.
O projeto pretende ser “um processo de diagnóstico e de avaliação de impactos, positivos e negativos, do turismo ao nível local, principalmente nas freguesias centrais de Lisboa, com o objetivo de elaborar uma Carta do Turismo de Lisboa e introduzir um adequado conceito de Capacidade de Carga Turística”, de acordo com a proposta.
3. FairBnB: pelo bem comum
O FairBnb é uma plataforma colaborativa para aluguer de casas que se apresenta como a versão ética e justa do Airbnb. O objetivo é dar resposta a problemas como a gentrificação, devido ao aumento do preço do imobiliário e a anfitriões com número elevado de imóveis disponíveis para arrendar a curto prazo.
Como é isto possível? Reinvestindo metade dos lucros dos alojamentos nas comunidades onde a empresa opera e, assim, combater os efeitos negativos do turismo.
A plataforma de aluguer de imóveis vai estar disponível a partir de abril em Amesterdão, Barcelona, Bolonha, Valência e Veneza.