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10 tendências de viagem para 2023

Continuando a tradição e fazendo jus à sua Missão, o IPDT – Turismo reuniu um conjunto de 10 tendências que deverão impactar o setor do turismo e das viagens em 2023. 

Este é um exercício que resulta da investigação e monitorização que o IPDT efetua junto do mercado e da opinião dos principais decisores do turismo nacional, através do Barómetro do Turismo IPDT.  

Em 2022 as viagens internacionais regressaram em pleno, tendo superado grande parte das perdas registadas em 2020 e 2021 (em virtude da COVID-19).

As previsões mais recentes da Organização Mundial do Turismo (OMT) estimam que o ano 2022 recupere, a nível global, 65% do volume de turistas pré-pandemia. Mas em Portugal o cenário é, ainda mais, positivo, devendo ser, pelo menos, igualados os resultados de 2019 – o melhor ano de sempre do turismo nacional. Uma vez mais ficou provada a resiliência do setor turístico nacional.

Espera-se que, em 2023, o crescimento da atividade turística se mantenha, apesar dos desafios que se colocam ao setor: um ambiente económico instável, uma inflação elevada e sem fim à vista – que coloca em risco a sobrevivência de muitas famílias e o aumento dos preços da energia, agravado pelo conflito Rússia/Ucrânia, são obstáculos que podem ter impactos no ritmo de recuperação do turismo. 

É também expetável que as motivações/necessidades dos turistas sejam diferentes face aos anos anteriores, não só pelo facto de termos vivido um período de incerteza causado pela pandemia de COVID-19, mas também pela evolução da tecnologia e das plataformas digitais que permitiram ao turista usufruir do tempo disponível para o consumo de conteúdo e ao estudo das ofertas turísticas dos vários mercados a nível global. 

Tendência 1.

Bem-vindo de volta, mercado asiático

Passados 2 anos em que as viagens internacionais foram impactadas por diversas limitações e por medidas de contenção da pandemia de COVID-19 – que assumiram diferentes tipologias, de país para país – 2023 deverá ser o ano em que se verifica a estabilidade e o – tão esperado – regresso ao normal para o mercado asiático.  

Os mercados de long-haul asiáticos, que antes da pandemia cresciam a bom ritmo, devem voltar a viajar para a Europa com maior regularidade e confiança, elemento que poderá ser fundamental para apoiar o crescimento turístico.

Sobretudo o mercado chinês, que em 2019 era já um dos principais emissores de turistas, terá, em 2023, uma esperada dinâmica significativa de crescimento, como consequência do fim da política COVID Zero.  

Além da China, Portugal deverá atentar à dinâmica de países como Japão e Coreia do Sul que devem voltar a dinâmicas de visita muito próximas das que existiam antes da pandemia.  

Tendência 2.

Budget conscious trips

2023 será um ano marcado pela incerteza na economia global que irá impactar os orçamentos familiares. Ainda assim, é expectável que o turismo mundial cresça. Segundo uma publicação da European Travel Commission, a Tourism Economics prevê um crescimento de cerca de 10% do turismo na Europa. Outro estudo do Expedia Group Media Solutions, refere que 46% das pessoas consideram mais importante viajar agora, do que pensavam antes da pandemia.  

Assim, é expectável que os turistas continuem a viajar, contudo, tenham em conta orçamentos mais conscientes, sejam mais criteriosos nas suas escolhas e optem por destinos e experiências nas quais reconheçam valor e qualidade.  

Não se trata de “cortar no orçamento”, mas sim de o utilizar de forma mais consciente. Por exemplo, viajar mais pelo próprio país, ou planear a viagem nos meses de época baixa poderão ser soluções encontradas pelos turistas para continuarem a viajar. 

Tendência 3.

Adeus. Vou para a cidade. 

2020, 2021 e 2022 foram anos marcados pela enorme procura por destinos e atividades de natureza, ao livre, longe de multidões, levando a uma menor procura por destinos de cidade. 

Em 2023 a procura por destinos de natureza deve-se manter em alta, porém será expectável que também as cidades, sobretudo as capitais europeias, alcancem os registos pré-pandemia. O quase completo restabelecimento das ligações aéreas e a perceção de segurança sanitária que, hoje, temos são fatores essenciais para que os turistas voltem a considerar viagens para estes destinos. 

As atividades culturais e as visitas a monumentos e museus devem ser alvo de maior procura. Contudo, espera-se que o turista adote uma postura distinta da que tinha antes de 2020, assumindo uma necessidade de participar na cultura e partilhar mais momentos com as comunidades locais. 

É, também, um turista muito mais consciente da sua importância para a preservação dos destinos, e procurará evitar comportamentos de “massificação”, planeando mais as suas viagens para evitar filas e ambientes com elevada concentração de turistas, tendo como opções válidas a visita a atrações off-topic, que permitam viver as cidades de forma fluída e natural. 

Tendência 4.

Viajar com um propósito  

Longe vão os tempos em que viajávamos, apenas, por lazer, negócios ou para visitar familiares e amigos. A expansão do “mundo das viagens” que se verificou na década de 2010, a par do choque social que todo o mundo sentiu em 2020 – em que fomos confrontados com um cenário que nos levou a ponderar sobre as coisas importantes da vida – tem vindo a influenciar as motivações e os comportamentos dos turistas quando viajam.  

Há uma muito maior necessidade de que as viagens sejam responsáveis e contribuam para ajudar alguém, ou para a melhoria das condições de vida de uma comunidade – algo muito compensador para quem o pratica – conduzindo a uma sensação de confiança e autorrealização cada vez mais valorizadas entre os viajantes. 

Importa destacar que estas não são viagens de voluntariado. As viagens com propósito podem acontecer em ambientes mais desenvolvidos, desde que a experiência turística do destino proporcione o sentimento de envolvimento e contributo para o desenvolvimento social, cultural e económico do território.  

Tendência 5.

Adeus zona de conforto, é tempo de choque cultural  

No ano de 2023, vamos assistir a uma maior procura por viagens únicas e diferentes, onde se promova algum tipo de impacto cultural. A procura por este choque pressupõe uma experiência turística mais imersiva, onde os turistas possam conhecer profundamente a cultura e as tradições dos destinos que visitam.  

De acordo com uma sondagem da Booking.com – 58% dos turistas querem sair da sua zona de conforto em 2023. Os turistas irão priorizar viagens longas e aventureiras, sendo que 40% dos respondentes manifestaram o desejo que experienciarem um verdadeiro choque cultural, em destinos menos turísticos e com uma cultura totalmente diferente. 

Detalhamos esta tendência no artigo A CULTURA DO CHOQUE: UMA TENDÊNCIA DE TURISMO PARA 2023

Tendência 6.

O Bleisure veio para ficar

Em 2020 muito se especulou sobre o “fim das viagens de negócios”. Evidentemente, essa discussão esteve sempre fora de questão. No ebook IPDT “Guia para a Retoma do Turismo” publicado em setembro 2020, deixamos claro que as viagens de negócios iriam continuar a ser uma das principais motivações das deslocações de pessoas, contudo, iriam sofrer alterações nas suas dinâmicas.  

Em 2023, além de se esperar a retoma da normalidade das viagens de negócios, teremos a consolidação de uma dinâmica que já se verificava antes da pandemia. Com o aumento do trabalho remoto, devido à situação pandémica, o próximo ano será marcado pelo aumento dos turistas híbridos, que procuram experiências turísticas que consigam aliar à sua vida profissional. A procura por um maior equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, passou a ser uma prioridade em crescimento na sociedade, juntamente com uma maior consciência da importância da saúde física e mental. 

Sobretudo os fins-de-semana serão períodos procurados para estender a estada do turista de negócios que, terminadas as suas atividades profissionais, “vestirá” o fato de viajante de lazer, a solo, ou em família. 

Tendência 7.

Body, Mind, Soul mode: ON

Burnout e Quiet Quitting foram dois termos que se tornaram globais e vieram aumentar o foco sobre o tema da saúde mental. Um estudo da Asana, a um universo de 10 mil trabalhadores em 7 países, revelou que 70% das pessoas referiram situações de burnout em 2021. O valor ascendeu aos 84% na Geração Z. 

Como resposta, os momentos de pausa vão ser muito mais frequentes – não como um capricho, mas sim como uma necessidade. As viagens surgem como um dos antídotos para combater este estado de espírito, porém, mais do que apenas viajar, o turista quererá fruir de experiências que o reequilibrem a nível mental e físicos.  

Desde retiros a viagens de mindfulness e meditação, espera-se que em 2023, estas ofertas possam ser muito procuradas por todos aqueles que procuram fazer um reset à mente, ao corpo e ao espírito.  

Tendência 8.

Off-grid travel: vamos viver só com o essencial?

Desligar-se do mundo nunca foi tão trendy como será em 2023. As pessoas irão procurar desconectar-se e viver apenas com o essencial. O instinto de sobrevivência em ambientes mais hostis ganha cada vez mais popularidade, tornando-se uma tendência, não só para 2023, como para os próximos anos, refletindo a ansiedade relativamente aos tempos futuros da humanidade.  

Não falamos em experiências tão extremas como as que os participantes do programa de sobrevivência Alone (que tem audiências interessantes em todo o mundo) têm, mas sim um meio-termo entre a segurança e a liberdade para se desafiar, num ambiente diferente totalmente distinto daquele a que os turistas estão habituados.  

Esta tendência OFF-GRID também aponta outra vertente, que se prende com a procura por destinos que ofereçam a hipótese da pessoa se desconectar da sua vida stressante e atarefada, e retirar a distração dos dispositivos móveis, possibilitando ao viajante uma reconexão com a natureza e consigo mesmo.  

Tendência 9.

Abram alas para os set jetters

Por certo conhece alguém que não assiste a televisão, mas que está sempre a par das novas séries ou filmes que estão disponíveis na Netflix ou HBO. Esta é, de facto, uma das tendências comportamentais que mais têm evoluído nos últimos anos.  

As plataformas de streaming assumem, hoje, um papel central no quotidiano e no lazer das famílias. As séries e filmes entram, a um ritmo quase diário, pelas nossas casas e somos expostos a cenários e histórias que nos cativam e aumentam o desejo de viajar e querer estar em determinado local ou cenário.  

Segundo um estudo da Expedia Group, o streaming de filmes e séries de televisão, é uma das principais inspirações na escolha de um destino, sendo que 44% dos inquiridos revelam que são influenciados pelos locais que vêm nas séries e filmes. 

Esses turistas são os set-jetters, termo usado para caraterizar os viajantes motivados a conhecer locais onde se realizam gravações de alguma produção audiovisual. 

2023 será um ano importante para Portugal. Na ressaca do sucesso da série House of the Dragon, e na véspera da estreia do novo filme Velocidade Furiosa (ambos com cenas gravadas no nosso país), é expectável um aumento da procura por parte dos set-jetters.

Tendência 10.

O video content como ferramenta de inspiração 

As plataformas digitais são uma ferramenta cada vez mais usada para promoção dos destinos turísticos. Os conteúdos audiovisuais disponíveis nestas plataformas facilmente cativam a atenção do utilizador e influenciam o processo de decisão de compra. 

Um exemplo de popularidade crescente são as redes sociais Youtube e Tiktok, onde é possível encontrar um sem fim de conteúdos, desde as “5 coisas imperdíveis a fazer”, aos “melhores destinos para viajar em 2023”, até à “minha experiência do destino X”.  

Os conteúdos em vídeo transmitem de forma mais transparente as caraterísticas identitárias dos territórios. Quer sejam promovidos pelas entidades responsáveis pela gestão do destino, ou pelo público em geral, os viajantes tendem a ter maior confiança nestes conteúdos, encarando-os como honestos e verdadeiros, sendo estas poderosas ferramentas de marketing. 

Tendências de Viagem

Conheça as tendências que apontamos para os últimos anos

O turismo tem sido um dos setores mais dinâmicos e inovadores. Ano após ano, os turistas apresentam novos comportamentos de viagem, para os quais os agentes turísticos se devem adaptar.

Acompanhando a dinâmica nacional e internacional do turismo, o IPDT – Turismo e Consultoria publica, desde 2007,  a sua Revista de Tendências ‘Turismo Em’. 

10 Tendências 2022

Friendscation, Viagens GOAT, Viajar mais leve foram algumas das tendências do turismo no ano que marcou o regresso aos números pré-pandemia.

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8 Tendências 2020

Sustentabilidade e viagens para cidades secundárias foram apontadas como as duas principais tendências

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Vacinação influencia a escolha dos destinos e o turismo internacional em regresso foram algumas das tendências apontadas

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