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10 tendências de viagem para 2025

No âmbito das atividades de produção de conhecimento,  o IPDT – Turismo e Consultoria, escolheu as 10 tendências que deverão impactar o setor do turismo e viagens em 2025. Este é um exercício que resulta da investigação e monitorização que o IPDT efetua junto do mercado e da opinião dos principais decisores do turismo nacional, através do Barómetro do Turismo IPDT 

O ano de 2024 ficará na memória como um período de afirmação para o turismo, em Portugal e no mundo.

Com o setor já completamente restabelecido após os anos de retração provocados pela pandemia, assistiu-se a um crescimento consistente no fluxo de viajantes e na dinâmica dos destinos. Grandes eventos desportivos, como os Jogos Olímpicos e o Euro 2024, impulsionaram viagens internacionais e movimentaram economias locais, destacando o papel central do turismo no cenário global. No entanto, este crescimento foi acompanhado de desafios. O tema da segurança assumiu protagonismo, com as tensões geopolíticas entre a Rússia e Ucrânia e os conflitos no Médio Oriente a causarem apreensão.

Como vem sendo prática, o IPDT – Turismo, com a colaboração dos membros do painel do Barómetro, identificou as 10 tendências de viagem que poderão moldar o setor em 2025. Este exercício reflete a visão de especialistas e procura antecipar os comportamentos dos viajantes, ajudando os profissionais do turismo a preparar estratégias mais ajustadas a um cenário global em constante evolução.

As 10 Tendências de viagem para 2025

Tendência 1.

One size does not fit all.

A era das viagens a medida.

Cada vez mais exigente, o turista procura destinos e experiências que se alinhem com as suas motivações, pontos de vista e estilo de vida. Esta consciência crescente do que valorizam nas suas viagens, aliada à experiência acumulada enquanto viajantes, está a moldar uma nova tendência: a procura por um nível de personalização e exclusividade sem precedentes.

Não se trata apenas de visitar destinos tradicionais, como Paris ou Londres, mas de descobrir, nesses mesmos lugares, experiências únicas que transcendam o comum e acrescentem um valor significativo – cultural, emocional ou social. O planeamento detalhado e personalizado – quase pessoa a pessoa – será uma marca incontornável de 2025 e do futuro do turismo.

Este processo, seja conduzido pelos próprios viajantes ou com o apoio de agências e operadores turísticos, permitirá criar viagens alinhadas com as expectativas e ambições de cada pessoa.

Tendência 2.

Cultura? Sim! Mas autêntica.

A resposta às tourist traps.

O termo “autenticidade em turismo” vem sendo mencionado há bastante tempo, mas terá nos próximos anos uma afirmação que promete influenciar as viagens, sobretudo as que tem motivações culturais. Contudo, convém realçar que em 2025, segundo os membros do Barómetro do Turismo IPDT, as viagens com motivações culturais deverão ser uma tendência, isto depois de em 2024, na Europa, o desporto ter sido um motor gerador de fluxos. Mas aquilo que se espera vir a assistir já a partir de 2025 é uma procura por destinos e locais dentro destes – que sejam considerados, pelos turistas, como “autênticos” sobretudo do ponto de vista da vida local que lhes confere identidade.

Tendo isto presente e existindo cada vez mais alertas para as tourist traps e informação sobre quais as áreas dos destinos onde há maior concentração de turistas, os viajantes deverão procurar alternativas fora dos circuitos habituais. Locais menos explorados, como galerias de arte independentes, mercados de bairro ou zonas onde a autenticidade ainda predomina, tornar-se-ão os novos protagonistas das viagens culturais.

Esta tendência reflete uma mudança na forma como os turistas valorizam as cidades: como espaços para conexão e descoberta, longe do óbvio e do massificado.

Tendência 3.

Escolher com cautela.

A segurança como prioridade.

É expectável que o panorama global de 2025 continue marcado por cenários de conflitos armados (e mesmo que se verifiquem “tréguas”, serão fenómenos considerados pelos turistas como recentes). Adicionalmente, tem-se verificado em algumas das principais cidades europeias manifestações que, muitas vezes, escalam para episódios de violência.

Ambas as situações, devem influenciar de forma significativa as escolhas dos turistas, que Irão priorizar destinos percebidos como seguros, especialmente quando viajarem em família ou em pequenos grupos.

Assim, a perceção de segurança será um fator determinante na decisão de viagem, beneficiando destinos estáveis e menos expostos a conflitos ou instabilidade social. Os destinos, que consigam comunicar de forma clara e consistente as suas condições de segurança, poderão ter uma vantagem competitiva no mercado global, ao oferecerem tranquilidade e confiança a um publico cada vez mais atento e cauteloso.

Tendência 4.

Desconectar para reconectar…

A natureza como o ponto de equilíbrio.

Algo que tem vindo a ganhar força nos últimos anos e que, em 2025, deverá consolidar-se como uma tendência marcante são as viagens para destinos onde a natureza proporciona uma verdadeira experiência de imersão. Mais do que uma simples fuga ao quotidiano, os turistas devem procurar mais atividades que lhes permitam desconectar da rotina, desafiar o corpo e reestabelecer uma ligação com o ambiente natural.

Caminhadas, escaladas, retiros em áreas remotas ou até a simples observação das estrelas são exemplos de experiências que podem combinar esforço físico e renovação emocional. Estes momentos de imersão, sejam mais ativos ou contemplativos, oferecem não só equilíbrio emocional, mas também uma sensação de conquista e plenitude, respondendo à crescente procura por um turismo que desafia e revitaliza.

Tendência 5.

Vitamin Sea.

Um clássico em transformação?

Os destinos de Sol e Mar continuarão a ser um dos pilares do turismo em 2025, mas podem enfrentar transformações profundas, num futuro próximo.

Embora as praias e as águas cristalinas permaneçam entre as escolhas preferidas dos viajantes, as alterações climáticas estão a mudar a forma como estes destinos são vividos e percebidos. Temperaturas da água alteradas, fenómenos climáticos extremos e até a erosão costeira estão a desafiar os destinos a adaptarem-se e a encontrarem formas de se manterem competitivos.

Estas alterações climáticas poderão, no futuro, alterar os padrões tradicionais das viagens de Sol e Mar, promovendo deslocações em meses menos previsíveis ou em novas geografias. Destinos que investirem em estratégias de mitigação de riscos, praticas sustentáveis e planos de gestão ambiental poderão estar na linha da frente para garantir que este segmento de viagens continue a trazer retorno, mesmo em cenários de mudanças globais.

Tendência 6.

Mais viagens ao longo do ano.

Um novo calendário para o turismo.

Em 2025, espera-se que as viagens internacionais continuem a aumentar. No entanto, o que poderá marcar a diferença é a crescente tendência para uma distribuição das viagens ao longo dos 12 meses. Os viajantes estão a mostrar uma maior predisposição para explorar destinos fora dos períodos tradicionais de peak season, aproveitando épocas menos movimentadas e, muitas vezes, mais acessíveis em termos económicos.

Este comportamento é influenciado por diversos fatores, como o aumento da flexibilidade laboral, a procura por experiências menos massificadas e a possibilidade de evitar os preços elevados associados as épocas altas. Em Portugal, mercados-chave, como o americano, canadiano e o asiático, têm contribuído para esta mudança. Esta tendência apresenta uma oportunidade significativa para os destinos maximizarem a capacidade instalada, com benefícios claros para a economia local.

Tendência 7.

“Receitas há muitas…”

A gastronomia no centro da experiência.

Tal como Vasco Santana eternizou no filme Canção de Lisboa com a famosa expressão “Chapéus há muitos”, também podemos dizer que “receitas há muitas”, mas num ambiente turístico altamente competitivo, é a experiência oferecida que faz a diferença. A gastronomia, que outrora era encarada como uma necessidade básica transformou-se numa verdadeira arte, capaz de atrair pessoas, mover culturas e criar memórias. Em 2025, será expectável que as viagens tenham como forte motivação principal, ou complementar, a gastronomia nos destaques dos “roteiros de viagem”. Mais do que “simplesmente comer”, os turistas vão procurar explorar sabores, compreender a história por detrás dos pratos e mergulhar na cultura que dá vida a cada refeição.

No entanto, a percepção de qualidade na gastronomia é algo profundamente subjetivo e varia conforme o estado de espírito e as expectativas de cada viajante.

Não existe uma fórmula certa para agradar a todos.

O segredo está em garantir que, independentemente do tipo de experiência – seja um jantar gourmet ou uma refeição tradicional num restaurante local –, o serviço, o atendimento e a confecção sejam envolventes e capazes de surpreender.

Tendência 8.

Zero, Zero…Oito: Licença para…

descobrir novos destinos.

A tendência número 8 podia fazer parte da saga de filmes 007. A verdade é que, em 2025, os turistas, tal como o icónico espião, estarão de olhos postos em novos territórios, na procura de destinos menos tradicionais que lhes ofereçam algo inesperado e fora do radar habitual.

Na Europa, os Balcãs estão a ganhar protagonismo entre os viajantes que procuram cenários onde o turismo ainda se encontra em estágios menos desenvolvidos.

A abertura de novas rotas aéreas tem sido determinante para facilitar essa descoberta.

Em Portugal, concelhos menos explorados têm uma oportunidade para se posicionar neste novo “mapa” de descobertas. Contudo, o segredo do sucesso estará na capacidade de preservar a essência local, enquanto se investe em infraestruturas e serviços capazes de satisfazer os visitantes, sem comprometer a sustentabilidade a longo prazo.

Tendência 9.

O meu colega Chat GPT.

AI em turismo, aliada e não substituta.

E porque não, continuar na senda dos filmes? Lembram-se do filme Her, onde o protagonista estabelece uma relação emocional com uma inteligência artificial?

Em 2025, embora não estejamos exatamente nesse ponto, as ferramentas de AI – Artificial intelligence, como o ChatGPT, já estão a conquistar a confiança de milhões de viajantes, tornando-se “amigos de confiança” no planeamento e na descoberta de destinos.

Por outro lado, esta nova “revolução industrial”, como muitos já a apelidam, traz consigo alertas importantes.

O turismo e, por natureza, um setor de “pessoas para pessoas”. As interações humanas – o sorriso ao chegar ao hotel, a conversa com um guia local, ou o calor de uma receção autêntica – são insubstituíveis e o verdadeiro motor das experiências turísticas.

Enquanto a AI muda a forma como viajamos e nos conectamos ao mundo, é essencial que a indústria do turismo encontre um equilíbrio. Ferramentas de AI devem ser vistas como aliadas para enriquecer a experiência, mas nunca como um substituto para o toque humano, que continua a ser a alma do turismo.

Tendência 10.

Soundcation?

Viajar atrás dos sons, ficar pela paisagem.

Se o turismo de negócios e lazer deu origem ao termo bleisure, 2025 promete consolidar o soundcation: viajar para assistir a concertos enquanto se aproveita para explorar o destino. Os eventos musicais, sejam concertos ou festivais, estão a tornar-se poderosas alavancas para o setor do turismo e para as economias locais.

Em Portugal, o impacto desta tendência é inegável.

Concertos de artistas internacionais como os Coldplay (Coimbra, 2023), ou de Taylor Swift (Lisboa, 2024), provaram ser momentos que geraram fluxos turísticos nacionais e internacionais. Muitos turistas encontram em Portugal uma alternativa mais económica e atrativa para assistir aos seus artistas favoritos, enquanto aproveitam para desfrutar das férias.

O ano de 2025 não será exceção, com grandes espetáculos já anunciados.

Nomes como Ghost (MEO Arena, Lisboa, 29 de abril), Rod Stewart (MEO Arena, Lisboa, 13 de maio), Imagine Dragons (Estádio da Luz, Lisboa, 26 de junho) e Thirty Seconds to Mars (MEO Mares Vivas, 19 de julho) prometem continuar a atrair fãs de todo o mundo.

Além dos grandes nomes internacionais, festivais como o Boom Festival, o Primavera Sound, o NOS Alive, o Super Bock Super Rock e o Paredes de Coura continuam a desempenhar um papel crucial na consolidação desta tendência em Portugal. Estes eventos atraem audiências globais e incentivam os visitantes a prolongar a sua estadia, explorando as paisagens, a gastronomia e a cultura local. A combinação de música e descoberta transforma cada viagem num pacote completo de experiências únicas, consolidando o país como um destino vibrante para os amantes de música.

O soundcation está, sem dúvida, para ficar, reafirmando a música como uma força mobilizadora no turismo.

Revista de Tendências "Turismo'23-24"

A Revista de Tendências “Turismo em…” é um dos projetos de referência do IPDT e, há 17 anos, marca a agenda do turismo nacional, debatendo os temas da atualidade e projetando o futuro do turismo, considerando as principais tendências do mercado, os projetos inovadores dos destinos e das empresas, bem como as principais evoluções do comportamento dos turistas perante a viagem.

Ao longo dos últimos 17 anos, a Revista tem desafiado as Organizações, as DMO’s, as empresas e os principais especialistas em turismo a apresentar a sua opinião sobre os temas da atualidade e a sua visão para o futuro do setor.

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Acompanhando a dinâmica nacional e internacional do turismo, o IPDT – Turismo e Consultoria publica, desde 2007,  a sua Revista de Tendências ‘Turismo Em’. 

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