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Com o aproximar do final do ano e já com planos para 2018 em cima da mesa, as tendências de viagens começam a ganhar forma. Ainda que algumas escolhas sigam uma linha de continuidade do ano transacto, surgem também novidades no que diz respeito à forma como os turistas viajam.

 

1. Viajar de forma responsável

As escolhas que os turistas fazem enquanto viajam têm um efeito tangível no bem-estar social, económico e ambiental de um país. Pelo menos é o que a Organização Mundial do Turismo tem afirmado. Segundo a OMT, o turismo “bem feito”, pode contribuir para os objetivos de desenvolvimento sustentável do destino.

Sobretudo os millennials estão cada vez mais conscientes dos seus altos níveis de consumo, o que acontece também enquanto viajam. Daí ser expectável um crescimento lento, mas decisivo, do boicote aos países acusados de práticas não éticas, numa atitude socialmente mais responsável. Nos últimos anos, o aumento da influência das comunidades de protesto nas redes sociais, como o www.change.org, ajudou a propagar tais práticas. No entanto, alguns países estão já a tentar tirar partido desta tendência emergente. O Nepal, por exemplo, criou um código de conduta para o “turismo responsável pela paz”.

2. Experiências genuínas

O crescente nível de conforto que se tem atingido na vida quotidiana tem motivado a procura pela experiência do mundo real, numa fuga às zonas de conforto habituais. Numa época de corporações globais sem rosto e turismo comercial, as pessoas procuram experimentar novas culturas e interagir com pessoas locais. Esta tendência aplica-se especialmente às viagens dos millennials, que querem experiências de viagem autênticas.

Para aproveitar esta tendência, os destinos turísticos devem apresentar respostas genuínas e criativas. É por isso que as empresas que oferecem experiências de aventura têm tido tanto sucesso e o turismo para os países do Sudeste Asiático tem crescido tão rapidamente. Esta tendência também pode ser observada no facto de, hoje em dia, os bloggers terem muita influência nas tomadas de decisão acerca de destinos e produtos turísticos, pelo simples facto de descreverem de um modo personalizado as vivências de viagem.

3. Saturação de destinos turísticos

De acordo com a OMT, as visitas internacionais de turismo deverão duplicar no futuro próximo, de cerca de 800 milhões em 2008 para 1,6 mil milhões até 2020. Este aumento é liderado pela Ásia, cujo turismo outbound cresceu 11% no ano passado. Com os números da procura superiores aos da oferta, os destinos terão que se adaptar através de, por exemplo, limitações na entrada de turistas ou aumento dos preços durante a época alta.

4. Suavizar das fronteiras… com exceções

O acordo de Schengen, bem como o passaporte Pan-africano, são exemplos de regimes internacionais que abrangem a globalização, no entanto, existem países que se têm manifestado contra tais iniciativas. A conversa que se ouve constantemente acerca de proibições de viagens, bem como as negociações em curso do Brexit, significam que devemos desfrutar da liberdade de viajar enquanto ainda é uma realidade.

5. Turismo e terrorismo

A ameaça do terrorismo tem impactos nas viagens, especialmente em destinos que são percebidos como potenciais alvos para ataques. A realidade, muitas vezes ignorada, é que a ameaça do terrorismo é marginal quando comparada com os perigos colocados por outros crimes ou doenças. De acordo com relatórios oficiais, apenas 1% dos viajantes são afetados pelo terrorismo, em comparação com 1 em cada 14 viajantes afetados por outros perigos.

6. A tecnologia e o modo como viajamos

Os desenvolvimentos tecnológicos têm assumido um papel fundamental na remodelação do turismo. A Google afirmou que quer desempenhar um papel muito mais direto na escolha das viagens dos utilizadores. O gigante da Internet revelou que pretende ajudar as pessoas a “sonhar, planear, reservar e experimentar” sem que tenham de se vincular a outros sites. A empresa quer que a expansão seja feita de forma a unir a oferta e a procura. Isto significa que talvez estejamos próximos da pura intermediação online.

As constantes alterações do universo online aumentaram a preocupação com a privacidade dos utilizadores, no entanto, de acordo com relatórios recentes, os millennials não se importam de disponibilizar os seus dados pessoais em troca de uma experiência personalizada, encarando a realidade virtual como a melhor forma de obter informações sobre os destinos pretendidos.

Em resumo: podemos esperar um 2018 com viagens socialmente mais responsáveis, procura pela autenticidade, formas de superar a saturação de alguns destinos, medo do terrorismo e o crescente recurso ao mundo virtual na assistência às viagens.

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