A forma como planeamos viagens mudou radicalmente. Se antes exigia horas de pesquisa online, hoje ferramentas de Inteligência Artificial criam-nos, em segundos, um roteiro completo e personalizado.
A forma como planeamos viagens está a mudar rapidamente. Até há pouco tempo, organizar uma viagem significava abrir várias páginas diferentes, cruzar informação e tirar conclusões. Eram horas despendidas em sites de transportes, blogs de roteiros, páginas de hotéis e plataformas de reserva. Hoje, um utilizador pode abrir o ChatGPT, o Perplexity ou o Google Travel e, em segundos, ter um roteiro completo com horários, preços e sugestões personalizadas.
Essa conveniência tem uma base clara: a inteligência artificial não cria informação do nada. Ela recolhe dados que já existem na web, organiza-os e apresenta-os de forma mais acessível.
Quando a IA precisa de informação objetiva, como horários de museus, preços de bilhetes ou regras de entrada, recorre geralmente a websites oficiais de destinos e entidades públicas. Estes são a referência factual que garante precisão.
Mas a experiência de viajar não se resume a dados técnicos. Para enriquecer recomendações, os algoritmos também leem blogs de viagem e testemunhos pessoais. É nesses conteúdos que encontram emoção, autenticidade e dicas locais. Se os sites oficiais dão segurança, os blogs acrescentam humanidade. É a combinação destas duas fontes que permite à IA criar recomendações mais relevantes, equilibradas e próximas da realidade vivida pelos viajantes.
Apesar de depender de dados reais, a inteligência artificial pode, em alguns casos, “inventar” informação. Este fenómeno é conhecido como alucinação de IA. A IBM descreve-o assim: “Uma alucinação de IA ocorre quando um modelo gera informações incorretas que não estão ancoradas nos seus dados de treino, apresentando-as como se fossem factos.” (IBM Think, 2023).
Na prática, isso significa que, na ausência de dados claros, os algoritmos podem preencher lacunas com informações plausíveis mas incorretas. Por exemplo: um restaurante inexistente, um horário desatualizado, uma recomendação ilusória, etc. O risco é que tais respostas soem credíveis, confundindo o utilizador.
Este é mais um motivo para os destinos turísticos manterem websites atualizados e acessíveis: quanto mais fiável e estruturada a fonte, menor a margem para erro.
Estar online continua a ser importante, mas estar online com qualidade ainda mais.
Se o texto é a base do planeamento, o design e as imagens são a parte visível que molda perceções. Até aqui, pensávamos no impacto visual apenas para pessoas. Hoje, também as máquinas analisam elementos visuais para compreender, classificar e recomendar conteúdos.
Imagens de alta qualidade oferecem mais informações visuais detalhadas. A IA processa pixels, padrões e formas, conseguindo reconhecer contextos e objetos de forma mais precisa. Uma fotografia nítida não só inspira o viajante humano, como também ajuda os algoritmos de visão computacional a identificar corretamente o local e a utilizá-lo em recomendações.
O Google reforça a importância dessa qualidade visual: “Fotos de alta qualidade são mais atrativas para os utilizadores do que imagens desfocadas ou pouco nítidas. Além disso, imagens claras são mais apelativas nas miniaturas de resultados e aumentam a probabilidade de gerar tráfego para o site.” (Google Search Central, 2023).
Ou seja: imagens bem trabalhadas servem dois públicos: os viajantes, que procuram inspiração, e os sistemas de IA, que dependem da clareza visual para interpretar corretamente a informação.
O mesmo se aplica ao design. A IA interpreta layouts, tipografia e cores, detetando padrões de usabilidade e ajustando recomendações de acordo com a experiência de navegação. Sites com design limpo e intuitivo tendem a ser melhor classificados, porque oferecem métricas positivas como maior tempo de permanência e menor taxa de rejeição.
Em turismo, a imagem não é apenas ilustração: é argumento de venda, é um dado para algoritmos e inspiração para o viajante.
Ter um website bem estruturado deixou de ser apenas uma estratégia de marketing. É uma forma de comunicar com dois públicos distintos: as pessoas, que procuram clareza e emoção, e as máquinas, que precisam de dados organizados e imagens interpretáveis.
A inteligência artificial lê a web de forma híbrida: cruza a objetividade dos sites oficiais, a autenticidade dos blogs e a força das imagens para criar recomendações completas. O desafio para destinos e empresas turísticas é claro: manter informação textual fiável, investir em design funcional e disponibilizar imagens de qualidade.
O futuro do turismo digital já não se resume a falar com pessoas. É também falar com máquinas que reinterpretam a nossa mensagem e a entregam ao mundo.
Sem uma presença digital sólida, um destino corre o risco de se tornar invisível tanto para viajantes reais quanto para os sistemas de IA que moldam a procura turística e passa a estar “na mão” da informação que existe online sobre ele, seja ela positiva, negativa ou falsa.
Como podemos ajudar?
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