Boas práticas de valorização do património cultural imaterial

O IPDT – Turismo e Consultoria reuniu algumas boas práticas desta aposta de valorização, preservação e salvaguarda do Património Cultural Imaterial a nível nacional e internacional, que agora partilhamos:

Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial

Calçada Portuguesa

O “Saber-fazer da Calçada Portuguesa” é, desde julho de 2021, Património Cultural Imaterial Nacional. Trata-se do reconhecimento da importância desta arte, que se iniciou como uma técnica específica na primeira metade do século XIX, em Lisboa, e dos seus mestres calceteiros. Um fator de identidade, de diferenciação artística, de uma atividade que faz parte da história e da cultura nacional e que importa preservar, proteger, valorizar, promover e transmitir.

Entre as principais ameaças à preservação da Arte e Saber-Fazer da Calçada Portuguesa estão a diminuição do número de mestres calceteiros, a falta de manutenção, a má construção e a elevada concorrência de outro tipo de pavimentos.

Tapetes de arraiolos

Património Cultural Imaterial Nacional desde setembro de 2021, a Confeção do Tapete de Arraiolos é uma antiga tradição de Arraiolos, uma vila Alentejana, que além de um património magnífico e genuíno, se destaca também pela sua história, gastronomia e vinhos.

O tapete de Arraiolos, um bordado a lã sobre tela, é o símbolo da cultura da região, com séculos de história que fazem deste artesanato o mais conhecido de Portugal. Os bordados feitos à mão foram transmitidos de geração em geração pelas bordadeiras da região. As referências mais antigas à técnica de fabrico de tapetes de Arraiolos datam os finais do século XVI.

Tiragem da cortiça no concelho de Coruche

A Tiragem da cortiça é Património Cultural Imaterial desde novembro de 2021.

Com este reconhecimento, o Município de Coruche, que se assume como capital mundial da cortiça, pretende valorizar, preservar e salvaguardar a Arte e Saber-fazer da Tiragem da Cortiça e do seu tirador.

O descortiçamento, como também é conhecido, é a “operação pela qual se extrai a cortiça do sobreiro”. Ao tirador é exigido um elevado nível de especialização por forma a que o ciclo de crescimento integral do sobreiro não seja comprometido após a extração da cortiça. A tiragem da cortiça realiza-se entre os meses de maio e agosto, ou seja, durante a fase mais ativa de crescimento vegetativo do sobreiro.

UNESCO – Lista Representativa de Património Cultural Imaterial da Humanidade

Festas de Inverno, Carnaval de Podence

Foi em dezembro de 2019 que os “Caretos” se tornaram oficialmente Património Imaterial da Humanidade (UNESCO). A decisão foi anunciada, em Bogotá, na Colômbia, na Assembleia Geral da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial.

O Carnaval de Podence é o evento mais importante da aldeia de Podence, localizada em Trás-os-Montes, concelho de Macedo de Cavaleiros. As festividades, que enchem as casas e as ruas da aldeia, decorrem ao longo de três dias e é quando os ilustres Caretos aparecem.

Os Caretos, que representam imagens diabólicas e misteriosas, são homens que usam uma máscara de lata, madeira ou couro, com um nariz pontiagudo. Vestem trajes coloridos, com capuz, feitos com colchas de lã vermelha, verde e amarela. À cintura prendem chocalhos e campainhas, e cheios de energia e determinação percorrem as ruas aos gritos e aos pulos animando assim toda a aldeia.

Cante Alentejano

O Cante Alentejano foi classificado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade em 2014. Esta distinção é um reconhecimento da importância desta prática que faz parte da cultura portuguesa e que é essencial e fundamental continuar a preservar, a salvaguardar e a manter viva a tradição.

O Cante Alentejano é um género de canto tradicional caraterístico dos vários concelhos do distrito de Beja. É cantado em coro, por grupos de homens e mulheres, sem instrumentos musicais. Os temas das canções abordam normalmente sentimentos, a natureza e momentos do dia-a-dia.

A tradição do cante alentejano foi passada pelos camponeses ao longo de gerações.

Festas de Campo Maior

As Festas do Povo de Campo Maior foram classificadas como Património Cultural Imaterial da Humanidade, no dia 15 de dezembro de 2021, durante a XVI Sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO. Trata-se do reconhecimento de uma das maiores manifestações de trabalho voluntário e de arte popular a nível a nacional com uma tradição com mais de um século de história.

As Festas do Povo, que se realizam na vila de Campo Maior, distrito de Portalegre, são conhecidas por ornamentar as ruas da vila com milhares e milhares de flores de papel, de várias formas e feitios, construídas pela população local de forma voluntária. Não existe uma data definida para a realização desta festividade. A última edição foi em 2015. Está prevista uma nova edição em 2023.

Esta tradição tem sido levada de geração em geração, de modo informal, com as pessoas mais velhas a ensinarem aos mais jovens as técnicas e habilidades da construção das flores que enfeitam e embelezam as ruas da vila de Campo Maior.

No total, Portugal tem inscritos na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade as seguintes manifestações:

• Fado
• Dieta Mediterrânea
• Cante Alentejano
• Falcoaria
• Figurado de Estremoz
• Carnaval de Podence
• Festas de Campo Maior

Ainda ao nível da UNESCO, Portugal tem mais duas manifestações classificadas no âmbito da Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade que necessitam de Salvaguarda Urgente:

• Manufatura de Chocalhos
• Processo de Confeção da Louça Preta de Bisalhães

O IPDT – Turismo e Consultoria é especialista na assessoria para a preparação de todo o processo de identificação, estudo e documentação com vista à instrução dos pedidos de inventariação. Conheça mais sobre este nosso serviço na página “Património Cultural Imaterial”