A nossa pegada ecológica e a sua importância

A Global Footprint Network desenvolveu a métrica pegada ecológica, com o objetivo de medir a relação dos recursos produzidos pela natureza e o consumo humano, permitindo analisar de que modo os recursos mundiais estão a ser consumidos. Este indicador de sustentabilidade relaciona a biocapacidade do planeta com a procura de recursos naturais essenciais para a produção de bens e serviços.  

Os diferentes estilos de vida, os padrões de consumo, a quantidade de bens e serviços consumidos, os recursos naturais utilizados e a emissão de dióxido de carbono para a produção dos bens e serviços geram diferentes pegadas ecológicas, uma vez que, cada cidadão apresenta estilos de vida distintos.  

Em 2019, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável comunicou que “se cada pessoa no planeta vivesse como um português, em média, a humanidade exigiria mais de 2 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos.” 

 De acordo com a Global Footprint Network, a pegada ecológica de um cidadão comum português, em 2018, foi de -3,3gha, posicionando Portugal na 66º posição no ranking a nível mundial. Portugal deve mudar os hábitos de consumo, caso contrário, em 2030, irá necessitar do equivalente a 2 planetas para sobreviver, segundo a World Wide Fund (WWF).  

Quais os benefícios de avaliar a pegada ecológica local?  

Avaliar e monitorizar a pegada ecológica local acrescenta muitos benefícios aos municípios e residentes, permitindo atenuar os riscos de adaptação às alterações climáticas e impulsionar a sustentabilidade global. Segundo a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, avaliar a pegada ecológica local tem benefícios como: 

• Destacar o papel das cidades nos debates globais e nacionais sobre sustentabilidade; 
• Informar sobre um amplo conjunto de políticas, que vão desde os transportes à construção de infraestruturas e ao desenvolvimento do parque habitacional, para determinar quais as propostas e ações menos impactantes; 
• Adicionar valor aos conjuntos de dados existentes sobre produção, comércio e desempenho ambiental, fornecendo uma estrutura abrangente para os interpretar; 
• Fornecer um índice de sustentabilidade ambiental mundial e cientificamente reconhecido, que prova ser eficaz na sensibilização dos cidadãos e no aumento do envolvimento da comunidade. 

Boas práticas para reduzir a pegada ecológica nas empresas e no dia-a-dia 

Muitas empresas e pessoas desconhecem a sua pegada ecológica, bem como os efeitos das suas ações para o planeta. Calcule a sua pegada ecológica na Global Footprint Network e de seguida veja que boas práticas pode seguir para melhorar o resultado.  

Práticas para o dia-a-dia das pessoas:  

• Reduzir o uso de plástico  
• Reciclar o lixo 
• Poupar energia e optar por energias renováveis 
• Economizar o consumo de água  
• Optar por transportes públicos ou partilha de automóvel 
• Reduzir o desperdício  
• Consumir produtos locais, produtos certificados de comércio justo ou economia solidária 

Para além das práticas definidas acima, as empresas devem adotar mais algumas: 

• Preferir fontes de climatização natural 
• Não deixar os equipamentos em stand-by 
• Reduzir o uso de papel – diminuir as impressões e optar por ferramentas digitais  
• Preferir uma frota automóvel ecológica 

 A sustentabilidade do turismo é fundamental para a capacidade regenerativa do planeta. Neste sentido, o IPDT salienta que para atingir a verdadeira sustentabilidade das empresas e dos destinos turísticos deve ser planeada e implementada uma estratégia que apresente uma visão integrada, com mais valias para a economia, a sociedade, a cultura e o ambiente.