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Na conferência Davos 2022, Anne-Marie Slaughter (CEO da New America) abordou os benefícios da semana de trabalho de 4 dias: “Isso dar-nos-ia tempo para sermos seres humanos completos. Precisamos de cuidado, conexão e outros benefícios – não somos apenas instrumentos económicos. Acredito que a mudança seria boa para toda a sociedade.” No decorrer da sua intervenção, foram mencionadas, ainda, outras vantagens como:

  • Aumento da produtividade
  • Melhoria da saúde física e mental
  • Redução das emissões de CO2
  • Diminuição das ausências: uma semana de trabalho mais curta gera menos esgotamento e torna as pessoas mais felizes e mais focadas nas suas funções.
  • Aumento da atratividade no recrutamento: um padrão de trabalho flexível atrai e retém os trabalhadores.

Como todos os modelos, este também apresenta as suas desvantagens:

  • Não é adequado para todos os trabalhadores: alguns setores exigem presença semanal de sete dias, o que não permite uma semana de trabalho reduzida.
  • Pode gerar aumento de custos: setores como o da saúde, em que os trabalhadores fazem turnos longos, a implementação deste modelo implicaria a contratação de mais pessoas ou remuneração de horas extraordinárias.

De momento, já existem estudos a nível global que comprovam estes resultados – cerca de 360 mil trabalhadores beneficiaram da nova semana de trabalho temporária e aproveitaram o tempo extra para praticar desporto, relaxar e preparar refeições. Também foram registadas reduções dos níveis de stress, visto que, as pessoas se sentiam menos cansadas, mais felizes e com uma maior satisfação pessoal.

Quais os resultados desta mudança?

Investigadores das universidades de Cambridge e Oxford realizaram um estudo com mais de 70 empresas e 3000 profissionais, no qual cerca de 85% das organizações participantes afirmam que é “provável” ou “extremamente provável” de continuar com o modelo de 4 dias, após o período experimental. Além disso, 95% das empresas relataram que a produtividade permaneceu a mesma ou melhorou. Neste modelo, as pessoas trabalharam menos 20% das horas, mas estavam motivadas, o que permitiu às organizações alcançarem a mesma produtividade do modelo de trabalho de 5 dias.

A maior parte dos trabalhadores pertencem à geração Y (Millennials) e Z – gerações estas que valorizam o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, no momento de escolher o seu local de trabalho, privilegiando empresas que se preocupam com a saúde mental e o bem-estar pleno.

Qual a perspetiva de Portugal para a semana de trabalho de 4 dias?

Em Portugal, 41 empresas localizadas em 10 distritos aderiram à semana de trabalho de 4 dias, sendo maioritariamente do setor social, industrial e comercial. Para além desta mudança, e de forma aumentar a produtividade, algumas entidades optaram por outras mudanças organizacionais como a redução do número e a duração das reuniões, a criação de blocos de trabalho e a adoção de novos softwares.

Como referido anteriormente, também os trabalhadores portugueses sentiram um grande impacto na sua saúde mental: verificou-se uma diminuição do índice de ansiedade (21%), de fadiga (23%), de insónias ou problemas de sono (19%), do estado depressivo (21%), da solidão (14%) e dos níveis de esgotamento (19%). A percentagem de colaboradores com dificuldade em conciliar o trabalho e a família teve uma diminuição de 46% para 8%, uma vez que, a maior parte conseguiu passar mais tempo com a família ao mudar para a semana de trabalho de 4 dias.

Este estudo apresentado por Pedro Gomes (professor de economia da Universidade de Londres) e por Rita Fontinha (professora de gestão estratégica de recursos humanos na Universidade de Reading) concluiu que 95% das empresas portuguesas avaliaram este modelo de forma positiva.

Será a semana de trabalho de 4 dias o futuro?

A conferência Davos 2022 reuniu um painel constituído por Adam Grant (professor de psicologia da The Wharton School, Universidade da Pensilvânia), Ohood Bint Khalfan Al Roumi (Ministra de Estado para o Desenvolvimento Governamental e o Futuro dos EAU), Jonas Prising (Presidente e CEO do ManpowerGroup), Anne-Marie Slaughter (CEO da New America) e Hilary Cottam (autora e empreendedora social), para argumentar o porquê do futuro passar pela implementação da semana de trabalho de 4 dias:

  1. Impacto positivo para o ambiente – um ótimo exemplo é o da Microsoft no Japão que, em 2019, experimentou este modelo e o seu consumo de eletricidade diminuiu 23% e a utilização de papel impresso diminuiu 59%.
  2. Aumento da produtividade e do bem-estar – trabalhadores mais satisfeitos e a trabalhar de forma mais eficiente reduz o absenteísmo laboral.
  3. Salva-vidas e dinheiro – estudos salientam que o trabalho pode matar, porque o excesso leva a enormes crises de saúde mental. A redução no seu tempo minimiza esta questão, além de se verificarem reduções de custos efetivos, nomeadamente em deslocações.
  4. Controlo sobre a própria vida – o tempo para nós e para sermos seres humanos completos é algo fundamental.
  5. Maior flexibilidade – os recursos humanos estão a exigir mais flexibilidade – em mercados de trabalho limitados em trabalhadores, estes últimos ao aderirem a empresas que proporcionam flexibilidade e escolha, tornam estes fatores imperativos para atrair e reter talento.

Assim, a adoção de uma semana de trabalho de 4 dias pode resultar em inúmeros benefícios para as empresas, funcionários e planeta, uma vez que, as pessoas dão cada vez mais prioridade a um equilíbrio saudável entre a vida profissional e pessoal.

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