Skip to main content

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (2001), em 1999 cerca de 593 milhões de turistas internacionais tinham 60 ou mais anos, estando previsto que, até 2050, se atingisse 2 mil milhões de viagens anuais nesta faixa etária. Estimativa que comprova que a idade da reforma não significa o findar do ciclo produtivo de um cidadão e que, através do turismo, este pode envelhecer de forma ativa, prazerosa e saudável.

De um modo geral, o turista sénior é um turista com poder económico, devido às pensões sociais e possíveis rendimentos pessoais, sem encargos diretos, e com disponibilidade para cuidar da sua saúde e disfrutar do lazer e da cultura. Ao mesmo tempo, este apresenta-se como um público bastante exigente, que procura a maior qualidade dos serviços, comodidade e experiências diferenciadoras, muito ligadas aos padrões de sustentabilidade.

Apesar da análise anterior apresentar uma visão genérica do contexto, deverá manter-se presente que o público idoso não se constitui como um grupo homogéneo, sendo composto por diferentes faixas etárias, implicando, assim, diferentes segmentos de mercado. A verdade é que existem diferentes variáveis de segmentação, além da idade, tais como: o género, o rendimento, a educação, a saúde, entre outras. Com base nesta linha de pensamento, foram identificados 3 grupos:

  • Empty Nesters: (50 anos – 60 anos)

Público que caminha para a idade da reforma e procura, acima de tudo, oportunidades para cuidar da sua saúde física e psicológica.

  • YAS (Young Active Seniors): (60 anos – 70 anos)

Público saudável, ativo e experiente em viajar, bastante exigente quanto à qualidade e exclusividade. Procura experiências personalizadas.

  • Seniores: (70 anos ou +)

Público que privilegia viagens de maior duração e de maior repouso. A variabilidade deste grupo está ligada à esperança e qualidade de vida do mesmo.

Em 2019, ano pré-pandémico, o setor do turismo consolidava-se como uma das mais importantes atividades económicas, contabilizando os valores estatísticos mais elevados até à data. Neste sentido, a Eurostat desenvolveu um artigo que analisa a relação entre a idade e o comportamento turístico, focando-se no público idoso. Os dados apresentados no artigo permitem compreender algumas das preferências deste público, bem como a sua expressividade no mercado, sendo possível, ainda, identificar padrões de sazonalidade e compará-los com outras faixas etárias.

A figura 1 apresenta as preferências de viagem dos residentes da UE, em relação a diferentes faixas etárias, em 2019. Com base nos dados concluiu-se que os turistas com 65 ou mais anos eram mais propensos a realizar viagens mais longas, nomeadamente, viagens domésticas (dentro do mesmo país) e viagens para casas secundárias. A percentagem de noites “domésticas” foi maior para pessoas com mais de 65 anos (66,3%), do que para os turistas na faixa etária dos 15 aos 64 anos (55%). Além disso, os residentes da UE, com mais de 65 anos, realizaram, em média, viagens mais longas (6,6 noites), sendo que a percentagem de noites em alojamentos não alugados é maior (53,7%), quando comparado com os grupos etários mais jovens.

Na figura 2 encontra-se a distribuição das dormidas turísticas dos residentes da UE (%), por época, para dois grupos etários, em 2019. Os dados apresentados indicam que os turistas com 65 ou mais anos optavam por estadias em época baixa (57%) nomeadamente, nos meses de março a junho e/ou de setembro a novembro. 54% das pernoitas dos turistas entre os 15 e 64 anos foram passadas no verão ou no inverno.

O facto de os turistas seniores optarem por viajar em época baixa, e pernoitarem mais tempo, permite atenuar a sazonalidade de um destino, na medida em que se traduz no aproveitamento dos equipamentos e serviços turísticos durante todo o ano, aumentando, assim, os meios de sobrevivência dos negócios e empregos locais dependentes dos fluxos de época alta (julho-agosto). Para além disso, ao viajarem em época baixa, os seniores encontram ao seu dispor um vasto leque de atividades e serviços prontos para os receber, não estando estes sobrecarregados ou com valores inflacionados, tornando as estadias e experiências mais acessíveis, cómodas e personalizadas, desde o momento da chegada até ao momento da partida. Este fator constitui-se como crucial na promoção da qualidade, enquanto pilar diferenciador de um destino, tendo impacto direto no retorno do público.

O turismo sénior revela-se, assim, uma aposta estratégica para os destinos mais sazonais, em específico, os destinos que oferecem praia ou neve. Na Europa, os índices de envelhecimento concentram-se no Sul, em países conhecidos pela sua amenidade climatérica, elevada sazonalidade e oferta em produtos turísticos de sol e mar, nomeadamente em Portugal, Espanha, Grécia e Itália (sobretudo as regiões mediterrâneas).

Como podemos ajudar?

Se procura de soluções inovadoras no setor do Turismo, desde desenvolver e promover o seu destino ou negócio privado, o IPDT oferece serviços especializados em Gestão de Processos de Sustentabilidade, Consultoria Estratégica, Marketing e Comunicação, Estudos e Monitorização e Classificação de Património. Estamos prontos para o ajudar a alcançar sucesso.

O IPDT é membro Afiliado da UN Tourism

Contactos diretos

T. +351 226 097 060*
M. +351 916 646 397**
E. ipdt@ipdt.pt

Logo IPDT Turismo 2024
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.